Comunidades do Menino Deus, Azenha e Cidade Baixa têm inclusão digital
Com o objetivo principal de combater a exclusão digital, os Telecentros foram implantados pelo Governo Federal em 2005, em várias regiões do país. Trata-se de um programa de inclusão social da população de baixa renda por meio da utilização de computadores conectados à internet.
A iniciativa pretende capacitar a população brasileira e inseri-la na sociedade da informação, para assegurar a preservação de nossa cultura com a construção de sites de língua portuguesa e de temáticas vinculadas ao cotidiano, qualificar profissionalmente os trabalhadores, incentivar a criação de postos de trabalho de maior qualidade, enfim, para a construção de uma cidadania digital e ativa.
No Telecentro Lupicínio Rodrigues no bairro Azenha de Porto Alegre o enfoque é para a qualificação profissional e ensino de valores pessoais. O Telecentro faz parte do projeto social do Centro Diaconal Evangélico Luterano (Cedel), mantido pela Comunidade Evangélica de Porto Alegre (CEPA) com o apoio da prefeitura municipal com a doação de equipamento e sistema de redes de computadores.
A iniciativa atende 30 jovens de 6 a 14 anos das comunidades carentes dos bairros Menino Deus, Azenha e Cidade Baixa. Conta com dois professores em turnos alternados que realizam as atividades diariamente com quem os procura, já que as turmas não são fechadas, os participantes buscam a instituição para adquirir conhecimento e oportunidades no mercado de trabalho. Paulo Gilmar, 14 anos, morador da Vila Zero Hora, considera os ensinamentos essenciais para sua formação social e profissional. Ele salienta que além das atividades de informática os alunos são conscientizados sobre o uso de drogas.
O professor Carlos Machado, estagiário do curso técnico em desenvolvimento de software, atende a comunidade em aulas com duração de 40 minutos a uma hora ensinando pacote Office, internet, e a criação de documentos como ofícios e currículos para capacitação dos alunos. Para o ano que vem, o Telecentro planeja criar cursos de aperfeiçoamento em informática para a comunidade, além das aulas livres com os professores.
Apesar do sucesso da iniciativa, a coordenadora geral EloyPeter ressalta que há muita dificuldade para manter o projeto – “o governo não repassa verba há sete meses para ajuda de custo”. Assim, o centro se mantém com a ajuda de doações privadas e a mantenedora CEPA.
Abaixo vídeo de aula de informática no Telecentro Lupicínio Rodrigues:
Assessorias rumam à mídia em transportes públicos
Cada vez mais as empresas estão procurando formas de se comunicar com o seu consumidor. Além de buscar novas mídias e canais de comunicação, as assessorias de imprensa têm a missão de escolher espaços que atinjam o maior número possível de classes sociais, usando uma linguagem unificada e conteúdo abrangente ao público dessa empresa.
Entre estes novos canais surgiu, no início de 2009, uma idéia que se aproxima do cotidiano dos porto-alegrenses, o Canal Você. Esta ferramenta foi integrada ao transporte coletivo da Carris pela Ativa, empresa de mídia externa. O objetivo da programação é levar informação e entretenimento nas viagens diárias da população. Além dos ônibus, o Canal Você está presente na rodoviária de Porto Alegre.
A ferramenta, implantada em abril, não recebe atenção particular por parte das assessorias de imprensa. A coordenadora da Assessoria de Comunicação e Marketing da Carris, Juliana Lopes Porto, acredita que “esse prisma possa mudar com o passar dos anos, por ser mais um meio de comunicação de massa. Cerca de seis milhões de pessoas são transportadas por mês pela Carris, o que torna o Canal Você uma mídia de grande penetração na população”. Pela visão de Juliana, o novo meio de comunicação aproxima empresa e cliente utilizando um momento em que a pessoa está “sem fazer nada”.
Usuários das linhas que contam com a ferramenta divergem sobre a divulgação de empresas. Tatiana Hossein, aluna de Pedagogia, utiliza a linha T4 e defende a programação diversificada e noticiosa sem a “chatice” de propagandas e informes empresariais. Já a administradora Marta Souza, acredita que a participação de empresas é possível desde que de uma forma mais leve e informativa, como notas, princípio utilizado pela assessoria de imprensa.
Porém, para que as assessorias passem a utilizar tal mecanismo, é necessário que haja uma adequação por parte da empresa detentora do serviço. A principal alteração seria a criação de um setor específico de comunicação que atendesse os assessores para uma triagem de notícias a serem veiculadas durante a programação. Caso contrário, o espaço entre empresa e público por meio do Canal Você seria restrito à publicidade.