Assessoria de Imprensa no futebol
Este post foi escrito pela colaboradora Annelis Cardon dos Santos.
Assessoria de imprensa dentro de uma organização tem como função ser a ponte entre a empresa e a mídia. Na área esportiva, mais precisamente em times de futebol, a ação é a mesma: levar ao conhecimento do público e da mídia o trabalho que está sendo realizado pelo clube, notícias do time, eventos e as novidades no mercado.
Uma equipe de assessoria de imprensa é composta por jornalistas, fotógrafos, estagiários de jornalismo ou relações públicas. Como a internet se tornou um dos mais procurados meios de comunicação, também trabalham na equipe um editor e gestor do site do clube.
Independente da fase em que o clube se encontra e da posição na tabela do campeonato, a AI trabalha para que a imagem do clube jamais fique comprometida. Segundo Haroldo Santos, coordenador de comunicação do Grêmio FBPA, “vitória e derrota são questões do futebol e uma assessoria de imprensa tem que saber conviver com os dois momentos”. Em uma boa fase, trabalha-se a valorização da equipe com uma produção maior de notícias e matérias.
No caso do Sport Club Internacional, Marcos Bertoncello, integrante da assessoria do vlube acrescenta que “em uma fase ruim, é necessário passar um ar de ‘pensamento positivo’, projetando os próximos desafios do time e esperando resultados satisfatórios”.
Em períodos de pré-temporada, semanas em que não existem campeonatos, a assessoria continua trabalhando normalmente. As ações se voltam para os jogadores contratados e as projeções para os campeonatos que serão disputados. De acordo com Bertoncello, “toda a categoria de base do Inter fica na ativa durante a pré-temporada da equipe principal, tornando-se também uma área a ser acompanhada”.
Um setor de comunicação de um clube de futebol utiliza de ferramentas que atingem a maior parte do público-alvo, no caso os torcedores. Trabalha-se com rádio, TV, e-mails para associados (newsletters), site oficial do clube e ferramentas novas, como o Twitter.
Mas nem sempre tudo são flores no futebol. Quando há brigas entre torcedores, de acordo com Haroldo Santos “o trabalho da AI é pensar no bem do clube, em primeiro lugar”. Bertoncello acrescenta que “não há problemas em citar um fato negativo, basta não potencializá-lo”.
Para 2010, a equipe de AI do Inter pretende aprimorar a revista e o jornal do clube, dando uma ênfase aos serviços voltados para o torcedor. “Fazer com que o site se torne um grande Portal de notícias, e consequentemente, todos os veículos de comunicação e torcedores saibam que é uma fonte fidedigna de informação, sem qualquer interpretação ou malícia do que ocorre no cotidiano do clube”. Já a AI do Grêmio, planeja implantar uma rádio FM do Grêmio e aumentar os acessos de Rádio e TV do clube.
Annelis Cardon dos Santos, 25 anos, é supervisora de caixa da Chairs Resto Lounge e prestará vestibular para jornalismo na PUCRS no final de 2009.
A valor da revista como fonte de informação
As assessorias de imprensa utilizam e-mails, informativos, site e jornais para comunicação interna e externa. Porém, está cada vez mais comum o uso de revistas que trazem não só informações relativas à própria empresa, mas também notícias de interesse geral, como esportes, cultura e lazer.
Segundo o assessor de imprensa do Sport Club Internacional, Bruno Pantaleoni, a ‘Revista do Inter’, que existe há cinco anos, serve para divulgar as notícias do mês para os 102 mil sócios do clube. E isso não é restrito apenas ao futebol, mas também engloba ações sociais do clube, por exemplo.
Outra instituição que utiliza a revista como forma de entretenimento ao colaborador e familiares é a Carris. “Num primeiro momento, nosso público é o próprio colaborador, mas a ideia é transpor barreiras e antigir seus familiares e amigos. É uma espécie de ‘boca-a-boca’ que acaba sendo eficaz para mostrar o qu a Companhia fez durante o mês”, analisa a relações públicas Ana Regina Otto, coordenadora da Assessoria de Comunicação e Marketing da Companhia.
O certo é que a revista acaba se tornando uma grande aliada na comunicação de uma empresa. Como a internet ainda é um meio não acessível a grande parte da população, a revista é um canal comum que atinge um público mais diversificado, podendo ser lida em casa, numa sala de espera ou no ônibus. É aí que a revista mostra seu valor como fonte de informação.
Assessoria de Imprensa é trabalho de jornalista ou relações públicas?
As assessorias de imprensa mudaram muito nos últimos anos. Estão começando a deixar de lado o ‘operacional’ para pensar um pouco mais no lado estratégico de cada um dos clientes. E este é um ponto fundamental para a sobrevivência delas no mercado. Hoje, o redigir, enviar e clipar já perdeu espaço. As empresas querem, cada vez mais, profissionais que entendam do mercado e quepensem na perspectiva de cada cliente.
Acredito que em uma assessoria de imprensa o profissional mais adequado para o atendimento é o jornalista, não apenas porconhecer os veículos, mas, principalmente, por entender o ‘fazer’ jornalístico. Ele também foi o responsável por fazer com que o mercado de assessorias de imprensa hoje se tornasse tão promissor.
Quando falamos em assessoria de comunicação, que é algo muito mais amplo, aí sim entra a figura do Relações Públicas, que daria suporte no relacionamento com clientes, e seria responsável pelo setor de eventos da comunicação.
Já tive a oportunidade de trabalhar tanto com jornalistas quanto com RPs. O jornalista é mais objetivo, mais direto no texto, na sugestão de pauta, no contato com imprensa e cliente. O RP, por sua vez, desenvolve um papel mais político, de coordenação, que também é importante em uma empresa.
Há lugar no mercado para os dois profissionais, cada qual respeitando o espaço do outro.
Comunidades do Menino Deus, Azenha e Cidade Baixa têm inclusão digital
Com o objetivo principal de combater a exclusão digital, os Telecentros foram implantados pelo Governo Federal em 2005, em várias regiões do país. Trata-se de um programa de inclusão social da população de baixa renda por meio da utilização de computadores conectados à internet.
A iniciativa pretende capacitar a população brasileira e inseri-la na sociedade da informação, para assegurar a preservação de nossa cultura com a construção de sites de língua portuguesa e de temáticas vinculadas ao cotidiano, qualificar profissionalmente os trabalhadores, incentivar a criação de postos de trabalho de maior qualidade, enfim, para a construção de uma cidadania digital e ativa.
No Telecentro Lupicínio Rodrigues no bairro Azenha de Porto Alegre o enfoque é para a qualificação profissional e ensino de valores pessoais. O Telecentro faz parte do projeto social do Centro Diaconal Evangélico Luterano (Cedel), mantido pela Comunidade Evangélica de Porto Alegre (CEPA) com o apoio da prefeitura municipal com a doação de equipamento e sistema de redes de computadores.
A iniciativa atende 30 jovens de 6 a 14 anos das comunidades carentes dos bairros Menino Deus, Azenha e Cidade Baixa. Conta com dois professores em turnos alternados que realizam as atividades diariamente com quem os procura, já que as turmas não são fechadas, os participantes buscam a instituição para adquirir conhecimento e oportunidades no mercado de trabalho. Paulo Gilmar, 14 anos, morador da Vila Zero Hora, considera os ensinamentos essenciais para sua formação social e profissional. Ele salienta que além das atividades de informática os alunos são conscientizados sobre o uso de drogas.
O professor Carlos Machado, estagiário do curso técnico em desenvolvimento de software, atende a comunidade em aulas com duração de 40 minutos a uma hora ensinando pacote Office, internet, e a criação de documentos como ofícios e currículos para capacitação dos alunos. Para o ano que vem, o Telecentro planeja criar cursos de aperfeiçoamento em informática para a comunidade, além das aulas livres com os professores.
Apesar do sucesso da iniciativa, a coordenadora geral EloyPeter ressalta que há muita dificuldade para manter o projeto – “o governo não repassa verba há sete meses para ajuda de custo”. Assim, o centro se mantém com a ajuda de doações privadas e a mantenedora CEPA.
Abaixo vídeo de aula de informática no Telecentro Lupicínio Rodrigues:
Assessorias rumam à mídia em transportes públicos
Cada vez mais as empresas estão procurando formas de se comunicar com o seu consumidor. Além de buscar novas mídias e canais de comunicação, as assessorias de imprensa têm a missão de escolher espaços que atinjam o maior número possível de classes sociais, usando uma linguagem unificada e conteúdo abrangente ao público dessa empresa.
Entre estes novos canais surgiu, no início de 2009, uma idéia que se aproxima do cotidiano dos porto-alegrenses, o Canal Você. Esta ferramenta foi integrada ao transporte coletivo da Carris pela Ativa, empresa de mídia externa. O objetivo da programação é levar informação e entretenimento nas viagens diárias da população. Além dos ônibus, o Canal Você está presente na rodoviária de Porto Alegre.
A ferramenta, implantada em abril, não recebe atenção particular por parte das assessorias de imprensa. A coordenadora da Assessoria de Comunicação e Marketing da Carris, Juliana Lopes Porto, acredita que “esse prisma possa mudar com o passar dos anos, por ser mais um meio de comunicação de massa. Cerca de seis milhões de pessoas são transportadas por mês pela Carris, o que torna o Canal Você uma mídia de grande penetração na população”. Pela visão de Juliana, o novo meio de comunicação aproxima empresa e cliente utilizando um momento em que a pessoa está “sem fazer nada”.
Usuários das linhas que contam com a ferramenta divergem sobre a divulgação de empresas. Tatiana Hossein, aluna de Pedagogia, utiliza a linha T4 e defende a programação diversificada e noticiosa sem a “chatice” de propagandas e informes empresariais. Já a administradora Marta Souza, acredita que a participação de empresas é possível desde que de uma forma mais leve e informativa, como notas, princípio utilizado pela assessoria de imprensa.
Porém, para que as assessorias passem a utilizar tal mecanismo, é necessário que haja uma adequação por parte da empresa detentora do serviço. A principal alteração seria a criação de um setor específico de comunicação que atendesse os assessores para uma triagem de notícias a serem veiculadas durante a programação. Caso contrário, o espaço entre empresa e público por meio do Canal Você seria restrito à publicidade.
Mídias digitais no trabalho da Assessoria de Imprensa
As novas ferramentas de comunicação na internet têm mudado a forma de se relacionar tanto com a imprensa quanto com o público. Utilitários como Twitter, Orkut, Facebook têm explorado o crescimento da web 2.0 para transformar a mídia digital em um grande espaço de comunicação.
A diretora da Fatto Comunicação, Fátima Torri, ressalta que é necessário reciclar-se. “Na comunicação de hoje em dia, principalmente se tratando de assessoria de imprensa, é extremamente importante que se saiba utilizar todo e qualquer novo meio que surge”, enfatiza.
Diferentemente da Fatto Comunicação, especializada em assessoria empresarial, a Fundatec é uma organização que trabalha com a difusão do conhecimento. Coordenada pela jornalista Danielle Fernandes a unidade de Marketing & Comunicação da Fundatec trabalha com assessoria interna. Entre as novas mídias digitais, a empresa possui experiência: eles já utilizaram o Orkut e hoje trabalham com o Google e o Plaxo. “Cada vez mais a web tem portais de relacionamento, de networking, conteúdos informativos. A convergência de mídia está apontando para a web 2.0 como a customizadora de conteúdos”, afirma Danielle.
Prefácio
O blog Comunicação Assessorada buscará, durante o semestre, entender e projetar quais serão os novos meios de comunicação que a assessoria de imprensa irá tomar parte para ampliar a abrangencia de seus servicos.
Responsáveis pela atualização do blog, estao Cristiano Oliveski, Leonardo Tortorelli, Mauro Plastina e Reinaldo Fontes, alunos do 3 semestre do curso de Jornalismo da PUCRS.